sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Francisco Xavier Buehrmann - Acadêmico da
4ª  fase do Curso de Licenciatura em Filosofia.
Bolsista do Projeto Cineclube Universitário-
2010/2011.





AVALIAÇÃO PESSOAL 


       
            Um ano e meio já se passaram e não restam dúvidas ao dizer que o Cineclube Universitário é sucesso e destaque na Universidade Federal da Fronteira Sul. Foi apostando no diferente, na inovação que obtivemos como resultado o êxito do projeto do Cineclube Universitário, que busca auxiliar na formação cultural e intelectual dos acadêmicos.                                                                                                                
               Nesse período, pude aprender inúmeras coisas tais como, a possibilidade de se educar, formar pessoas mais cultas, através de filmes e documentários seguidos de debates. Avalio com bons olhos e porque não aproveitar a oportunidade para dizer o quanto me orgulho de ter feito parte desse projeto, dessa história que traz o cinema para perto dos acadêmicos e de todos que prestigiam e apóiam a cultura. O Cineclube Universitário traçou metas, começou pequeno, com pouco público e ao final deste ano pode com segurança dizer que alcançou seus objetivos e ultrapassou a marca de duzentos (200) participantes.
            Alegro-me por ter tido a oportunidade de contribuir com esse projeto durante esse tempo e por tudo aquilo que consegui apreender juntamente com a colega Ana Paula Wizniewski, e os professores orientadores Leonardo Santos, Eric Duarte Ferreira e Fábio Carminati. Pessoas simples, mas com um dinamismo imenso para ensinar e creio que seja por essa razão que o Cineclube Universitário conseguiu alcançar tamanho sucesso. Encontramos dificuldades, mas que sempre foram solucionadas em grupo, a fim de crescermos juntos. Enfim encerro a minha jornada nesse projeto. Foi uma imensa satisfação trabalhar com essa equipe tão boa. O meu muito obrigado por tudo!          
           Despeço-me do Cineclube e da equipe com os desejos de muito sucesso e vida longa a esse projeto. A vida continua e esperamos que mais Cineclubes surjam para despertar nas pessoas o senso-crítico e para apontar o caminho de uma educação com mais qualidade que começa no aqui e agora, sem fugir da inovação, da realidade. Parabéns a toda a equipe do Cineclube, continue com esse projeto firme e forte. Serei de agora em diante parte do público que prestigia as sessões e os debates.

Até  a próxima!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cineclube - exibições, debates, cultura!

      O Cineclube Universitário é mais que um espaço de entretenimento, é um espaço cultural cinematográfico que busca ampliar nosso senso-crítico em relação à questões existentes, porém, pouco discutidas na sociedade, muitas vezes até, “escondidas” por essa. Dessa maneira, o Cineclube nos proporciona uma experiência incrível. Essa experiência dá-se no campo das discussões dos temas abordados pelas exibições, pois cada exibição traz um tema à tona, mostrando muitas vezes, o outro “lado da moeda”, a face da história que por muitos passa por despercebida.
      Assim, os debates fluíram de tal modo que não buscavam trazer “respostas prontas”, ou seja, soluções imediatas para os problemas, mas sim buscavam trazer, primeiramente, a sensibilização para com aquele problema e a motivação para tentar buscar uma “saída”, colocar um “ponto final”, pois, primeiro temos que estar sensibilizados com a situação para depois nos motivarmos a modificar essa situação.
      Assim, foram várias as exibições que traziam consigo um ideal, e esse ideal era deixar-nos instigados a refletir sobre o assunto, analisar o “porquê” de nossa sociedade ser tão desigual.
    Desse modo, o Cineclube proporcionou e continuará proporcionando um espaço de aprendizagem fora da sala de aula, em que professores e alunos dialogam sem restrições, ou seja, há uma troca de experiências dentro desse contexto. Enfim, um espaço em que discute-se abertamente muitos fatos, situações de nossa sociedade, para as quais “fechamos os olhos” muitas vezes.
 
Ana Paula Wizniewski:
Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais
Bolsista do Cineclube Universitário

      Como bolsista do Cineclube sinto que pude compreender diversas situações de nossa sociedade, compreendê-las olhando para “dentro” delas e não simplesmente observando as mesmas como mera expectadora. Assim, o Cineclube veio completar as discussões inseridas em sala de aula, as discussões que tratavam de questões sociais “esquecidas” pela própria sociedade. Dessa maneira, pude aguçar meu senso-crítico, olhar para a realidade com um “novo olhar”, contextualizando os fatos e não apenas aceitando-os sem discussão, ou seja, com a ideia de que “não podem mudar”.

Ana Paula Wizniewski


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

      
   O Cineclube Universitário encerrou o ano de 2011 com a exibição da I Mostra de Curtas-Metragens. Foram eles: “Resquícios da escravidão (2008)”, “Você viu algum negro por aí? (2007)”, “A gente faz TV pensando por você”, “A vitória de Darley (2006)”, “Azulzinho (2007)”, “4/3 (2006)”, “Não é só uma passagem (2005)”, “Seja bem-vindo, mas não toque em nada (2007)”.
         Estes documentários efetuaram a abordagem de conteúdos extremamente variados, ou seja, fatos que acontecem em nossa sociedade praticamente o tempo todo. Um exemplo disso é a influência da mídia na vida das pessoas, retratada no documentário “A gente faz TV pensando por você”. A cada dia mais nossas atitudes são conduzidas pela televisão que fica aproximadamente 24 horas ligada, hipnotizando famílias e fazendo com que vivam conforme aquilo que é passado pela televisão. Outro fato abordado nos documentários é a questão dos “negros invisíveis”, ou seja, olhamos para os negros com um olhar invisível como se eles não existissem ou ainda como se eles não fizessem parte de nossa sociedade, fato esse que desconstrói toda a diversidade cultural existente.
         Essa exibição concretizou outra meta já proposta quando se pensou na realização da I Oficina de Criação de Documentários. O propósito, portanto, foi de disponibilizar outras experiências de curtas e que também apresentassem um caráter de documentário a fim de fazer com que a comunidade acadêmica pudesse analisar a questão da estética, da montagem com o auxílio do debatedor Yusanã Mignoni (técnico audiovisual da UFFS). Isso para estimular os estudantes a produzirem pequenos vídeos com câmeras digitais, máquinas “caseiras”, visto que hoje se tem muito mais disponibilidade e tecnologia disponível para a realização de um “filmezinho” de curta duração com uma qualidade indiscutível.
         Assim, o primeiro documentário produzido através da Oficina de Produção, foi um documentário de aprendizado e mais ainda de motivação para se produzirem mais. Sendo que para essa produção os “protagonistas” devem estar cientes de pequenos detalhes e possíveis erros que possam acontecer. A Universidade Federal da Fronteira Sul deve ser o espaço de criação desses documentários, pois, não temos especificamente uma cultura cinematográfica em nossa região.
         Após a exibição foram discutidos tanto os acertos quanto os erros da montagem de tais “documentários”, uma vez que, é fundamental apresentar de forma clara e objetiva a fala dos personagens, de todos os que participam do mesmo. Sendo que pequenos detalhes fazem toda a diferença em “documentários amadores”.
         O Cineclube encerra suas atividades em 2011, porém, continua suas exibições durante o ano de 2012 com a intenção de produzir mais documentários e exibir mais curtas-metragens a fim de estimular os acadêmicos a realizarem suas produções.

Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais



Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico de Licenciatura em Filosofia



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Hair

  Em parceria com o DCE da UFFS – campus Chapecó, o Cineclube Universitário exibiu o filme “Hair” do diretor Milos Forman.
     O filme conta a história de Claude, um jovem que saiu de casa com o objetivo de servir o exército para a guerra do Vietnã. Chegando em Nova York foi “adotado” por um grupo de hippies. O grupo leva uma vida boêmia na cidade e posiciona-se contra o alistamento militar do Vietnã, por esse motivo, tenta convencer o novo amigo de não servir o exército, ficar convivendo com eles e com Sheila, a moça de família de classe média por quem se apaixona, tenta convencê-lo do caos que a sociedade vive e de que não “adianta” servir à exército nenhum, pois não mudará nada na vida social dos indivíduos.
     Assim, Claude tem uma difícil decisão em mãos, servir no Vietnã ou ficar com seus novos amigos em Nova York. Dessa maneira, decide apesar da paixão que sentia por Sheila e do grupo em si, servir o exército, segue seus próprios valores.
     O filme baseia-se na vida pacífica do grupo hippie e de seus musicais, que abordam temas da sociedade como, a exclusão social, o uso de drogas, o preconceito, a discriminação que muitas pessoas sofrem, dentre essas, eles mesmos constituem um exemplo. Assim, utilizam a música para desvendar seus sentimentos, colocar em prática ações sociais que pretendem “salvar o mundo” das garras de pessoas preconceituosas que não aceitam a diferença. Essa diferenciação desse grupo perante a sociedade, possui um caráter desigual atribuído pela própria sociedade, pois, além de diferente o grupo é rotulado como “anormal”. Isso faz o mesmo agir de maneira considerada fora dos parâmetros sociais, colocando o uso de drogas como ponto de partida para um comportamento social nada convencional para uma sociedade provida de valores morais.
Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais

Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico de Licenciatura em Filosofia
 

terça-feira, 4 de outubro de 2011


  OFICINA  DE  PRODUÇÃO  DE  DOCUMENTÁRIOS

          
           Numa constante inovação, o Cineclube Universitário realizou no período do dia 20 à 23 de Setembro a primeira oficina de produção de documentários. Com uma boa participação pode-se realizar dois documentários com uma qualidade surpreendente, apesar de o grupo ser amador.
            Com a intenção de mostrar o verdadeiro valor do cinema bem como a própria história que faz parte de uma história mais ampla que engloba não apenas a história das práticas de projeção de imagens, mas também a dos entretenimentos populares, dos instrumentos óticos e das pesquisas com imagens fotográficas. Buscou-se realizar os primeiros documentários com a iniciativa do projeto Cineclube Universitário em parceria com a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul.

O professor Leonardo ministrando a parte teórica da oficina
            No primeiro dia da oficina ocorreu a realização do estudo acerca de como devemos proceder durante a produção dos documentários. Buscou-se mostra a importância de se valorizar cada imagem captada, a fim de fazer ocorrer no documentário certa coerência das imagens, para que no contexto da exibição das imagens se possa, ter uma compreensão clara e precisa destas. Essa parte mais teórica teve a ajuda e orientação do professor Leonardo Santos, que possibilitou a todos um amplo resgate histórico da produção de documentários, seguida de orientações importantíssimas para a captação das melhores imagens, mesmo que na grande maioria das vezes as câmeras 
sejam “caseiras”.
Gravação do documentário em frente ao Museu de Arte e
História de Chapecó
            Já no segundo dia ocorreu a continuação da oficina com a divisão do grupo em duas equipes, para a produção de dois documentários. Feita a divisão dos grupos começou-se a divisão interna das tarefas para cada membro da equipe. Cada elemento ficou responsável por uma tarefa, desde a montagem do roteiro até as pessoas que filmariam as cenas. Decidiu-se pela produção de dois documentários: o primeiro com foco maior para a greve dos Correios e o outro com o intuito de buscar mostrar o verdadeiro valor do Museu de Arte e História de Chapecó. Foram realizados dois dias de filmagem e na semana seguinte uma reunião de avaliação do documentário realizado com o foco no resgate e valorização do Museu de Arte e História de Chapecó.
Gravação do documentário como o pessoal que estava em greve nos Correios


OBS: PARA CONFERIR O RESULTADO DO DOCUMENTÁRIO 

MUSEU DE ARTE E HISTÓRIA DE CHAPECÓ 

Basta acessar o site http://vimeo.com/31122362


Muito obrigado(a) a todos que prestigiam o nosso trabalho. Até um próxima!


 Ana Paula Wizniewski

Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais


Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico de Licenciatura em Filosofia



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011


CELIBATO NO CAMPO

            No dia 10 de agosto, ocorreu em parceria com o CACS - Centro Acadêmico do Curso de Ciências Sociais mais uma exibição do Cineclube Universitário com o filme “Celibato no Campo” dos diretores Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt. Ao CACS, desde já os nossos agradecimentos pelo apoio ao Cineclube Universitário.
            A temática do filme voltou seu foco para a questão do êxodo rural que vem aumentando gradativamente nos últimos tempos. Na sua grande maioria a faixa etária predominante que abandona o campo em vista dos estudos, da falta de oportunidades, é a juventude. Casar e residir com os pais para ajudá-los no serviço do campo, ou mesmo morar sozinho no campo, estudar e/ou trabalhar em outra cidade, maior valorização fora do campo, são algumas das opções que o jovem atualmente encontra retratadas pelo filme. A triste realidade dos inúmeros jovens que abandonam o campo para tentar conseguir “algo melhor na cidade grande”.
            Após a sessão a comunidade acadêmica que se fez presente no auditório do campus Bom Pastor para prestigiar esta sessão, pode matar as curiosidades acerca do filme com o próprio diretor. Abrindo-se também ao mesmo tempo o espaço para o debate sobre as questões mais chamativas do filme.
            Sabe-se que a distância entre o campo e a cidade é muito grande, afirma o diretor Cassemiro Vitorino. No interior temos estradas de chão sem as mínimas condições de trafegabilidade, enquanto nas cidades o asfalto já é realidade há algumas décadas. A valorização financeira da mão-de-obra nos grandes centros é muito melhor se compararmos com aquilo que o pequeno produtor recebe ao comercializar aquilo que produziu. Além do mais, salientou um acadêmico, o que contribui para essa constante dificuldade do pequeno produtor rural não está somente centrado na diferença existente entre o campo e a cidade. É fato a competitividade existente entre os próprios produtores rurais, pois, o que está acontecendo nos últimos tempos nada mais é do que uma constante seleção dos melhores, no qual um produtor X produz mil suínos e mil produtores produzem um suíno. Sem contar que o acontecimento maior não está nos filhos, nas famílias saírem do campo e residirem na cidade por falta de reconhecimento por parte do governo ou mesmo das empresas, que erguem impérios à custa e suor do pequeno produtor. O fato do êxodo rural não é mais uma escolha dos agentes e sim uma expulsão silenciosa. É uma supressão silenciosa que vai acontecendo e favorecendo somente uma minoria de pessoas.
            A falta de subsídio por parte dos órgãos governamentais e também por parte das empresas que adquirem a produção está deixando o pequeno produtor rural sem alternativas. Dessa forma, é possível entender o inchaço do espaço urbano e a evacuação do campo, em virtude do crescente número de jovens que saem em busca do emprego ou mesmo uma vaga numa faculdade para estudar. Já as pessoas de mais idade não possuindo mais condições para o trabalho não irão se sujeitar a trabalhar forçado e conduzir sozinhos uma propriedade. Resta-lhes, portanto, sair do campo.
            Voltar? Essa palavra para muitos nem é cogitada. Pois, as pessoas até poderão voltar, porém, já não se sentirão pertencentes a esse espaço, no qual nasceram e se criaram. Dessa forma, é possível concluir o porquê dos inúmeros casos de depressão entre outros problemas de saúde enfrentados por essa classe que já não possui mais a certeza do amanhã.
            O pior de tudo é que na sua grande maioria pensamos estar ajudando os pequenos produtores rurais comprando produtos com o selo de orgânico ou até mesmo coloniais. Deveríamos estar cientes de imensidão do nosso erro, pois na nossa boa intenção estamos pelo produto que só selo de colonial tem, mas o produto em si é oriundo de grandes empresas. Uma vez que a vigilância sanitária condena a venda de produtos colônias sem o selo. E dessa forma resta-nos questionar como o produtor vai conseguir sobreviver vendendo o seu produto que não é de grande escala e ainda ter que colocar o selo identificador de produto colonial ou orgânico?
           Trezentos e sessenta e cinco dias em perfeito regime de escravidão silenciosa, nossos homens e mulheres do campo se encontram a trabalhar para garantir o pão de cada dia de milhares de pessoas e também para garantir as férias merecidas dos trabalhadores da cidade. E as férias desse povo do campo se resumem em um único dia quando o ano te trezentos e sessenta e seis dias? Se a agricultura familiar acabar o que será de nós que dependemos dela?


 Pense nisso e até uma próxima!

Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Filosofia
Ana Paula Wizniewski
Acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências Socias






quarta-feira, 29 de junho de 2011


FOOD INC

            Você sebe de onde vem a sua comida? Essa é a pergunta central do documentário Food Inc, dirigido por Robert Kenner. Um dos principais problemas apontados pelo documentário está baseado na centralização da produção alimentícia, o controle desde a criação, até o processamento final do produto. É apontado nitidamente o rigor pelo qual os fazendeiros são submetidos para a produção de frangos, gado e suínos. Mostrando pela primeira vez, sem véus o que há muito tempo era escondido dos consumidores, como ocorre o processo de engorda, a administração de hormônios para que no menor prazo de tempo possível os animais estejam gordos e prontos para o abate, não importando o resultado de milhares de aves mortas antes mesmo do abate.
            Quanto é que realmente sabemos acerca dos alimentos quer adquirimos para o nosso consumo? O consumo de nossas famílias?
            O fornecimento de alimentos na atualidade está controlado por uma minoria de indústrias tais como o famoso Mcdonald, a Wall-Mart, (...) que detém um monopólio exagerado de produtos que são impostos para os consumidores como sendo os produtos que devem ser consumidos pelo consumidor, que em virtude da correria do dia-a-dia opta pelo consumo dos fast foods, ou seja, pelas comidas rápidas.
Carole Morison, fazendeira do Estado de Maryland.
            Dessa maneira, o filme nos questiona quanto vale a nossa saúde? Quantos acidentes não ocorrem ao longo do processo de produção? O quanto não é prejudicado o trabalhador que além de “trabalhar praticamente de graça” e estar sujeito a contrair qualquer tipo de doença, está submetido a uma empresa que sempre mais exige investimentos e acaba por “amarrar” o agricultor. A fazendeira Carole Morison, do Estado de Maryland, mostrada no documentário, foi à única que autorizou a entrada das câmeras para mostrar frangos morrendo antes de serem postos no mercado, devido, à engorda rápida promovida pelos antibióticos inseridos nas rações. Depois da filmagem, a empresa encerrou o contrato que tinha com ela.
Eles podem não ter a melhor aparência,
mas são saudáveis.
       Não devemos esquecer-nos do consumidor final que por não saber o que de fato consome acaba tendo altas taxas de obesidade em virtude da má alimentação. Pois, a mídia transmite uma imagem de alimentos saudáveis agradáveis aos nossos olhos, mas que na sua essência não trazem nenhum valor nutritivo. Vamos além de repensar nossos hábitos alimentares, fazer a opção por alimentos orgânicos. Pensemos nisso.

   Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico do curso de Licenciatura em Filosofia.


Ana Paula Wizniewski
Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Socias

sábado, 28 de maio de 2011

Piratas do Vale do Silício

     Uma das propostas do Cineclube Universitário é participar e apoiar eventos que acontecem dentro da Universidade (UFFS), para assim, abranger a integração entre os cursos. Desse modo, no dia 26 de maio de 2011 exibiu-se o filme Piratas do Vale do Silício do diretor Martyn Burke, seguido de um debate conduzido pelos professores Ronei Arno Mocellin e Marcelo Recktenvald, sendo este evento uma das atividades da Semana Acadêmica do curso de Administração.
     O filme relata a história de duas pessoas que batalharam muito em prol do surgimento e desenvolvimento da informática: Bill Gates na Microsoft e Steve Jobs na Aplle. Duas das maiores empresas do ramo da informática, que marcaram uma profunda “disputa”, uma livre concorrência para chegar ao topo do desenvolvimento, atingindo e levando a era dos computadores até pessoas de diferentes níveis. O início das empresas marcou a criação das primeiras fortunas da História Mundial dos computadores.
     Bill Gates e Steve Jobs possuíam uma grande visão de negócio e estavam ali naquela época para fazer diferença, fazer história e não apenas para “assistir” o início da sociedade moderna, o início do capitalismo, de quem todos nós hoje somos filhos. Esse processo de desenvolvimento, que de certo modo, ocorre até hoje, afinal sempre há inovações no ramo da informática, passou por várias etapas em que podemos tirar lições de vida tanto dos bons exemplos como dos maus exemplos.
     Desse modo, os computadores mudaram as formas de pensar e se comunicar das pessoas, por um lado, auxiliaram, facilitando a vida de milhões em todos os aspectos, entregando comodidade cada vez mais, por outro lado, privaram-as das relações sociais, do convívio pessoal com outras pessoas e aos poucos fomos nos tornando “escravos da tecnologia”, pessoas influenciadas 24 horas pelo sistema tecnológico. Assim, a informática trouxe novos paradigmas, que ajudaram a construir a vida das pessoas e também a destruí-las.
     Nesse contexto, em que lugar está inserida a felicidade? Ela é apenas uma perspectiva do sistema capitalista no qual vivemos? Ela está exposta nas coisas materiais? Ou melhor, até que ponto somos felizes dentro de uma sociedade “viciada” em tecnologia?

Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais

Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico de Licenciatura em Filosofia

quinta-feira, 26 de maio de 2011


No dia 19 de maio, o Cineclube Universitário esteve participando no Centro de Eventos Plínio Arnildo De Nes, do Circuito Estadual da Mostra de Cinema Infantil, que neste ano comemora o seu décimo aniversário. 

    Na sequência, reuniram-se no mesmo ambiente os organizadores de diversos pontos de cultura e cineclubistas, para discutir acerca da difusão do cinema infantil em nossa região. Segundo Luiza Lins (produtora de filmes de curta metragem e promotora da Mostra Infantil de Cinema em Florianópolis), hoje existe uma imensa dificuldade de inserção de filmes de curta metragem no meio estudantil principalmente no meio infantil. Isso decorre do fato de que muitas crianças hoje já estão acostumadas com os filmes de Hollywood e da Disney, sendo dessa forma forçadas a um amadurecimento precoce, que abafa toda a fase do ser criança, do brincar, do sonhar.
        Toda uma geração de telespectadores infantis dos mais diversos programas sofreu uma brusca intervenção em sua infância. Dessa maneira a criou uma geração de pequenos rapazes vestidos de calça jeans, usando brincos, e pequenas moças usando minissaias, tomara que caia, entre outras coisas. Sabendo que nessa faixa etária a principal preocupação deveria estar voltada ao brincar, sonhar, conhecer, e não o modo da vestimenta.
  Luiza Lins completou dizendo que a educação somente acontecerá a partir do momento em que forem oferecidos mais espaços nos quais as crianças possam ser inseridas. Explanou também que ao oferecer os espaços de cultura, de lazer se garantirá muito mais do que a mera diversão, se garantirá segurança, qualidade de vida e uma melhora significativa na educação das crianças que sairão das ruas e passarão a frequentar esses locais. É necessário estimular a criatividade de nossas crianças mostrando a elas que os clássicos literários transformados em cinema são os filmes mais adequados nessa faixa etária e que isso ampliará significativamente o seu nível cultural. Abrace você também essa causa. Semeie cultura e colha educação.
  

FRANCISCO BUEHRMANN
ACADÊMICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM  FILOSOFIA.

ANA PAULA WIZNIEWSKI
ACADÊMICA DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS





segunda-feira, 23 de maio de 2011

sábado, 30 de abril de 2011

"Half Nelson"


          O Cineclube Universitário nas duas primeiras exibições do ano de 2011, buscou trazer a temática: escola e a relação entre professores e alunos. Exibindo nesse segundo momento o filme norte-americano Half Nelson do diretor Rian Fleck, lançado em 2006. Após o filme, como já de costume, ocorreu o debate relacionando-o com a realidade que muitas escolas atualmente vivenciam, apontando as dificuldades pelas quais hoje os professores passam em relação a convivência e o ensino-aprendizagem dos estudantes do século XXI.
          O filme Half Nelson retrata a vida de um professor de História viciado em drogas, de uma escola secundária localizada em uma região pobre. Como professor, Half Nelson não segue o currículo proposto pela instituição, mas tenta da melhor maneira levar o conhecimento aos adolescentes com quem trabalha. A realidade com a qual o professor vive é descoberta por uma de suas alunas e o tempo faz de ambos bons amigos. Uma amizade que foi conservada, apesar do vício do professor, mesmo quando ele deixou de dar aula, afinal, naquele ponto de sua vida a frustração era maior que a força de vontade de entrar em uma escola.
          Entre os muitos fatos polêmicos que o filme levanta, colocamos a pergunta inicial: Até que ponto a relação professores-alunos deve ser mantida? Sob esse ponto de interrogação, o filme baseia-se, abrangendo o outro lado da moeda, mostrando um professor que é usuário de drogas em decorrência das constantes frustrações que ele acaba sofrendo no decorrer de sua vida tanto pessoal quanto profissional. Fica dessa maneira evidente o stress pelo qual os professores passam durante o dia em sala de aula e no pouco tempo “vago”que possuem a disposição.
          Em suma, o filme tenta desconstruir a ideia que gira em torno da sociedade, na qual o professor deve ser o “certinho” não só dentro da sala, mas também fora dela, de que o professor deve dar “exemplo” em todas as circunstâncias da sua vida, de que “professor não tem problemas”(...). Assim, o filme aponta essa nova dimensão de realidade em que o Half Nelson tenta apresentar uma posição “certa” dentro da sala de aula, contudo, fora dela busca a todo o custo um ponto de fuga para escapar de sua própria vida, encontrando-o somente nas drogas.
          Outra questão levantada no debate, é a de como trabalhar dentro de uma sala de aula, respeitando as diferentes realidades em que os alunos se encontram e ao mesmo tempo, atendendo às perspectivas desses, sem ferir a estrutura cultural, econômica, entre outras, que possuem. Outro ponto é como fazer a disciplina lecionada não ser algo massacrante e nem liberal demais, formando não necessariamente “santinhos” e sim pessoas ativas dentro de uma sociedade turbulenta.
          Nesse aspecto, o debate acadêmico possibilitou formularmos mais uma interrogação, decorrente da ideia do “para que serve?”, qual a utilidade dessa ou daquela matéria, como se todas as coisas teriam que possuir uma praticidade voltada para algo concreto. Hoje a sociedade universitária e escolar está totalmente voltada para a ideia de que cada pessoa deve aprender apenas aquilo que lhe convém, por exemplo, alguém que cursa Administração jamais será favorável ao estudo voltado para a Filosofia e outros conhecimentos históricos, tendo em vista que o curso tende a estar voltado para trabalhar com “números”. Esse exemplo mostra uma visão preconceituosa perante aos outros que possuem um conhecimento diferente, ou seja, no momento em que perguntamos “para que serve?”, apontamos essa outra dimensão sob um aspecto inferior, colocando o nosso ponto de vista como superior.
          Assim, aos acadêmicos dos cursos de licenciaturas e àqueles que pretendem ingressar em algum um dia, resta refletir:
         De que maneira sairemos da Universidade?
         Estaremos preparados para trabalhar com as mais diferentes realidades que aparecerão dentro de nossa sala de aula?
        Como trabalharemos para agradar à todos os alunos, sem deixar nossa vida pessoal influir na escola?

Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais

Francisco Xavier Buehrmann
Acadêmico de Licenciatura em Filosofia

terça-feira, 19 de abril de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

"ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"

O ano de 2011 para o Cineclube Universitário será de muitas exibições. A primeira delas foi o filme “Entre os Muros da Escola”, vencedor do prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes. Uma história que é marcada pela mais pura e real manifestação das diferenças culturais e sociais entre os alunos oriundos das mais diversas famílias que foram a Paris na tentativa da busca por uma vida melhor.
          Toda uma visão construída ao longo dos anos de que nos países de primeiro mundo se tem o mais alto nível de educação, professores capacitados, estruturas escolares das mais modernas e acima de tudo a existência de uma constante preocupação com o ensino de qualidade são alguns dos principais pontos que entraram em conflito com a apresentação do filme. Esta obra deixa claro o desleixo por parte de alguns professores que não mostram comprometimento ou que ao se empenharem não têm o devido apoio para fazer acontecer uma educação com mais qualidade. Temos de ter a consciência de que os reflexos de nossa sociedade decorrem principalmente do fato de que a educação recebida das famílias e, sobretudo, da escola não vai muito bem, e aí todo restante “cai por terra”.


A exclusão é outro problema que perpassa do início até o fim do filme, deixando claro que o professor, ao repassar o conteúdo para os alunos, estava impondo algo que talvez não tivesse muita utilidade para esses jovens que buscavam uma vida melhor. O conflito entre os estudantes surge principalmente por causa da constante obrigação que eles têm de aprender o francês e inserir-se numa cultura da qual nunca fizeram parte, ou seja, prefeririam voltar a sua terra de origem e continuar sofrendo ameaças, do que se subordinar diariamente a ouvir e a vivenciar essa opressão cultural de superioridade francesa.

Durante o debate, outra observação feita foi acerca das últimas cenas, nas quais permeava um ar de liberdade ao soar da palavra férias. A cena das cadeiras caídas e as carteiras fora dos lugares, a sala de aula sem professor e tão pouco alunos deixavam bem visíveis a revolta por parte dos estudantes que já não queriam mais saber sobre as aulas massacrantes que abafavam seus credos, costumes, modos de vestir, entre tantas coisas que constituíam sua cultura.
O filme “Entre os Muros da Escola”, ao contrário de muitos filmes norte-americanos, superou as expectativas por ser um dos poucos filmes a trazer presente a temática da educação tão próxima da realidade. Tudo isso sem a necessidade de enfatizar a atuação de um professor que banca o “herói e o salvador” de uma turma de rebeldes e sem solução. Essa “fajuta’ tentativa de encobrir tais realidades já não funciona mais. Cabe a cada um(a) de nós fazer a sua parte na tentativa de mudar e revolucionar a educação, beneficiando assim não somente as gerações presentes, e sim garantir uma educação com mais qualidade para as demais gerações. Assim, possibilitaremos uma melhor oportunidade de vida em relação àquela que muitos vivenciam, tanto no mercado de trabalho quanto na área da educação.
FRANCISCO XAVIER BUEHRMANN
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Filosofia

ANA PAULA WIZNIEWSKI
 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais

quinta-feira, 17 de março de 2011

Entre os muros da escola - 24 de março!


Oi, pessoal. Beleza?
Esse é o cartaz de divulgação da próxima exibição que ocorrerá no Bom Pastor.
A nossa convidada, a professora Noeli Reali, é autora do livro "Cinema na Universidade: possibilidades, diálogos e diferenças", publicado pela editora Argos. Será ótimo tê-la conosco.

Toda a comunidade está convidada!

Abraços,

Equipe Cineclube.

quarta-feira, 16 de março de 2011

CINECLUBE 2011 !!!

Olá, pessoal!

Neste ano, o Cineclube fará várias apresentações e debates!

Fiquem atentos à programação que será divulgada neste blog.

O projeto de 2011 inclui exibições, debates, oficinas e produção de audivisual.

Inspire-se!

Equipe Cineclube

Sobre o Machuca!


O filme Machuca, do diretor Andrés Wood, retrata de modo particular o que foi o cruel golpe militar de 1972 no Chile, por meio dos encontros e desencontros de três pré-adolescentes. A dura realidade é somada à inocência política da qual muitos de nós fazemos parte e nos deixamos iludir por fanáticos ou mesmo por “revolucionários” que provocam medo e espalham terror e tensão pelas ruas e casas.
            No decorrer do filme, apontam-se as características do modesto garoto Pedro Machuca, que quer ser padre quando crescer, “para ajudar os pobres”. Ele se espelha na história do padre escocês McEnroe, reitor de um colégio tradicional de Santiago, figura eminentemente paternal, que passa a introduzir na sua escola meninos das classes proletárias, entre os quais Machuca. Este conhece o “burguês” Gonzalo Infante, um menino com o qual passa a construir uma linda amizade, e a quem apresenta a sofrível realidade da favela onde vive. Ali conhece também Silvana, por quem se apaixona.
            Na inocência dos adolescentes que vendiam bandeirinhas em meio a passeatas turbulentas, percebe-se que o golpe militar marcou profundamente o Chile, que ainda hoje trabalha na cicatrização dessa ferida provocada contra a nação chilena.
           Desta forma, vale ressaltar que a preocupação maior deve se voltar para trazer para o presente fatos que aconteceram há alguns anos, para que não se venha a cometer os mesmo erros no presente momento da história da humanidade.
Francisco Xavier