terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre o Alabê de Jerusalém


ÓPERA
ALABÊ DE JERUSALÉM

            Mais uma vez o Cineclube Universitário se fez presente no meio acadêmico, na noite do dia 23 de novembro, com a obra “ÓPERA ALABÊ DE JERUSALÉM”, do autor Altay Veloso. O espetáculo surpreendeu positivamente os presentes, porque todos foram contemplados com as visões críticas dos professores Luciano do Nascimento, Antônio Bruneta e a professora Adiles Savoldi, que expuseram suas ideias no decorrer do filme. Sem dúvida, os participantes foram agraciados com uma obra muito importante que procurou relatar um pouco mais do sofrimento das culturas afro-descendentes no nosso dia-a-dia.
            Alabê de Jerusalém trata da saga de um jovem chamado de Ogundana, nascido há dois mil anos no antigo Daomé (atual Nigéria). Muito cedo ele inicia sua viagem pelo mundo, conhecendo aos 12 anos o norte da África. Com vinte anos de idade é instruído com os mais avançados conhecimentos terapêuticos do Egito. De posse desses conhecimentos, Ogundana salva um centurião romano que lhe agradeceu convidando-o para ir junto a Roma para atuar como médico do exército romano. O jovem se apaixona por Judith, uma linda garota judia com quem vive, depois de conhecer Jesus Cristo, na Galiléia. Dois mil anos após sua morte, ele retorna num templo de culto africano para contar suas experiências.
            Essa história de Ogundana chamou a atenção de todos porque mostrou a forma com a qual a sociedade de hoje ainda costuma impor as coisas e julgar as mesmas com um ar de deboche para com os negros.
            Quem tem o direito à fala nos dias de hoje? A imposição de valores éticos e morais transformou-se numa bola de neve, na qual se atropela e se padroniza as pessoas com os referenciais masculino, branco e urbano, os únicos que dotam a pessoas de direitos de opinar. Contudo, quem afirma a necessidade de as coisas terem que ser assim?
Ainda há tempo de se implantar mudanças, de valorizar o respeito étnico e cultural, independentemente desse errôneo quadro de referenciais presente na sociedade.
Pense nisso! Imposição não é legal.
Francisco Xavier Buehrmann

terça-feira, 30 de novembro de 2010

MACHUCA - 2 de dezembro, às 16h, no auditório da UFFS

Cineclube convida:

Sinopse

Chile, 1973. Gonzalo Infante (Matías Quer) é um garoto que estuda no Colégio Saint Patrick, o mais conceituado de Santiago. Gonzalo é de uma família de classe alta, morando em um bairro na área nobre da cidade com seus pais e sua irmã. O padre McEnroe (Ernesto Malbran), o diretor do colégio, inspirado no governo de Salvador Allende decide implementar uma política que faça com que alunos pobres também estudem no Saint Patrick. Um deles é Pedro Machuca (Ariel Mateluna) que, assim como os demais, fica deslocado em meio aos antigos alunos da escola. Provocado, Pedro é seguro por trás e um deles manda que Gonzalo o bata, que se recusa a fazer isto e ainda o ajuda a fugir. A partir de então nasce uma amizade entre os dois garotos, apesar do abismo de classe existente entre eles.

sábado, 13 de novembro de 2010

O Cineclube Universitário

Convida você para participar, no dia 23 de novembro, às 19 horas, de mais uma exibição no auditório da 
Universidade Federal da Fronteira Sul:
Sinopse: 
O ALABÊ DE JERUSALÉM
       Entre 2002 e 2006, ao mesmo tempo em que integra o corpo de jurados do Prêmio Sharp e Tim, compõe para vários artistas, faz vinhetas para publicidade, trilhas sonoras para curtas-metragens, Altay encontra tempo para extrair do livro “Ogundana, O Alabê de Jerusalém” uma bela e inspirada construção musical, a ópera “O Alabê de Jerusalém”, onde consegue unir todas as influências populares e eruditas que apreendeu no seu exercício com a música, ao que lhe foi dado, ainda no berço, o legado trazido pelos sons dos tambores da África, pois a ópera “O Alabê de Jerusalém”, trata-se da história do africano Ogundana, que viveu há mais de 2000 anos atrás, contada em nossos dias por ele mesmo, que hoje é uma entidade espiritual chamada “Alabê de Jerusalém”, que num dia de festa, num templo de religião de matriz africana, retorna a terra para contar sua história. Altay achou por bem, antes de realizar a ópera em espetáculo cênico, dado que seu melhor trânsito é pelos caminhos da música, registrá-la em CD e em DVD as gravações feitas em estúdio e, o fez com esmerado capricho e eloquência. Gravou nos melhores estúdios do Rio de Janeiro, São Paulo e Montreal a ópera “O Alabê de Jerusalém”, com bases tocadas por grandes músicos da MPB, a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro regida pelo maestro Leonardo Bruno, cantada e narrada por conceituados intérpretes da MPB e renomados atores brasileiros como: Bibi Ferreira, Leny Andrade, Ronnie Marruda, Elba Ramalho, Lenine, José Tobias, Alcione, Jorge Vercilo, Margareth Menezes, Marku Ribas, Wando, Fafá de Belém, Carlos Dafé, Lucinha Lins, Watusi, Luiz Vieira, Talma de Freitas, Silvio César, Adriana Lessa, Ivan Lins, Cláudio Cartier, Cris Delanno, Ruth de Souza, Pery Ribeiro, Izabel Filardis, Selma Reis, entre outros artistas integrantes de uma ficha técnica de mais de 150 nomes. Essa obra do Altay Veloso, “O Alabê de Jerusalém” tem tido, com unanimidade, o honroso apoio de todos os setores da comunidade artística brasileira, das instituições que trabalham para a efetiva inclusão social daqueles a quem, historicamente, tem sido negada uma participação digna na vida do país e por conta do seu conteúdo que busca o mais profundo sentimento de amor, respeito e tolerância entre as diferentes culturas, tem recebido um afetuoso abraço de entidades como a Unesco “Além de ser uma celebração cultural de alto nível, se propõe a emocionar e provocar uma reflexão sobre os temas da tolerância e da convivência pacífica entre as diferentes crenças e raças...”. Esta obra levou mais de 20 anos de pesquisa, inclusive com viagens a Jerusalém, à Nigéria, a Angola e à Bahia.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


História do Cinema Mundial: 
A Montagem Soviética


            A Montagem Soviética foi um dos períodos mais importantes da história do cinema mundial, servindo como base influenciadora dos movimentos cinematográficos que vieram a surgir após a esse período. Criatividade, ousadia, inovação, combinações exatas foram algumas das características dos jovens representantes e montadores desse espectáculo denominado de cinema, que surge na década de 20 e se estende até a atualidade com constantes inovações. Em plena guerra civil Russa, nos meados de Abril do ano de 1918 até 1922, notou-se uma constante busca para fazer triunfar em meio a tantas guerras uma geração de cineastas que viessem a retratar a mais pura realidade das pessoas, com o uso da mais alta tecnologia existente naquela época.
            Aprimoramento, lapidações, incrementos foram às principais ações movidas no cinema soviético, que no início sofreu influências do Futurismo e em seguida do Construtivismo. Primeiramente com o Futurismo tivemos um movimento artístico e literário que surge no ano de 1909 e passa por uma constante difusão, que implica numa nova forma de comunicação, a propaganda. E mais posteriormente é o movimento que dá continuidade a inúmeras manifestações modernistas, que voltam sua preocupação para o design de suas obras. Contudo o futurismo não durou muito tempo, vindo a enfraquecer logo após a primeira Guerra Mundial, sofrendo assim na pintura influências da arte cubista e do abstracionismo que procuram agregar ao movimento uma nova dinâmica de trabalho e de cor. Já na literatura o movimento é reforçado com uma linguagem mais espontânea e as frases expressando através de seus fragmentos uma ideia d velocidade. Na sequência tivemos a intervenção do construtivismo, que através das artes plásticas, do cinema e do teatro procura atender às principais necessidades do povo, mostrando-se favorável, em apoio a Revolução Russa de 1917.
             Assim aos poucos se constitui o cinema russo que passara a servir de base para as gerações futuras do cinema. Serguei Eisenstein (1898-1948) foi um dos principais representantes desse movimento que através de filmes procurava induzir o senso crítico e uma abertura maior a discussões sobre temas polêmicos, de destaque na sociedade. Um exemplo disto é o filme “A Greve” que retrata tal e qual como era a relação entre a classe trabalhadora e os patrões. Através do jogo de imagens se possibilitou a formação das cenas, procurando mostrar os fatos com a maior proximidade possível da realidade entre personagens e espectadores. Trilha sonora, imagens tudo aos poucos veio se transformando nos alicerces do cinema que passa a ser mundialmente reconhecido, tanto que influenciou até o próprio cinema nacional que hoje possui resquícios da montagem soviética.



Francisco Xavier Buehrmann

domingo, 24 de outubro de 2010

Cineclube no Comunica e no site da UFFS

Pessoal, confiram as matérias que saíram no blog do Projeto Comunica e no site da UFFS:

Comunica: "Cinema não é só diversão".
http://comunicauffs.blogspot.com/2010/10/cinema-nao-e-so-diversao.html

Site da UFFS: "Cineclube incentiva debates sobre assuntos em torno de filmes".
http://www.uffs.edu.br/wp/?p=43934
 

sábado, 23 de outubro de 2010

PRA FRENTE BRASIL!


O Cineclube Universitário exibiu mais um filme: “Pra frente Brasil”, dirigido por Roberto Farias. A exibição contou com a presença de acadêmicos de diferentes cursos da UFFS e também com o Professor Vicente Neves da Silva Ribeiro, do colegiado de História, que conduziu o debate após o filme.
Em uma hora e trinta minutos vimos uma pequena parte do que foi o período da ditadura no Brasil, este país de que temos orgulho apenas em época de Carnaval ou de Copa do Mundo. O filme abordou sérias questões, pois enquanto as pessoas comemoravam os jogos do Brasil na Copa, em busca do tricampeonato, outras, inclusive pessoas inocentes, sofriam com as piores torturas de um período que ficará para sempre gravado na memória de nosso país.
Nesse contexto, percebemos o quanto o “poder” falava alto (e ainda fala), pois milhares de pessoas trabalhadoras, comuns, continuam sendo “mandadas”, sendo julgadas por uma minoria que deveria diminuir o “terror” e não aumentá-lo ainda mais. Esse poder  que passa por cima de todas as regras, de tudo e de todos para se fortalecer, para tirar o emprego do pobre e entregar ao rico, essa tortura oculta que nos deixa sem saída senão viver sob aquelas ordens.
Porém, onde fica nossa liberdade? Doce ilusão de acharmos que somos completamente livres, claro não vivemos presos, mas somos “escravos sem dono”, trabalhamos dia após dia para no fim do mês recebermos pouco, o que nem suprirá nossas expectativas, pois é nessa sociedade que muitos brasileiros vivem.
Em nosso Brasil temos segurança realmente ou vivemos com medo do outro? Segurança, esta palavra que muitas pessoas nem sabem o que significa, afinal, desde o começo da década de 80, do período ditatorial, poucas pessoas no país tem segurança, e todos vivem em meio a uma constante guerra em busca de dinheiro e poder.
O filme também abordou a questão do conformismo de algumas pessoas perante tudo que estava acontecendo naquela época de ditadura. Durante o debate, o convidado especial, professor Vicente Ribeiro, observou que a posição de neutralidade não é considerada tão neutra assim, afinal, assumir essa posição é estar do lado do mais forte, é assumir uma posição de ignorância, de medo de se expressar. Além disso, desenvolveu uma crítica contundente à mídia, que só abordava aquilo que era bom na época do regime militar, como os jogos vitoriosos do Brasil, sem ao menos tocar no sofrimento que a ditadura estava proporcionando.
Ao final do debate, o professor Vicente também nos levou a refletir sobre a ética, considerando o contexto daquele tempo, onde nem mesmo as autoridades assumiam suas responsabilidades para com a sociedade: lutar contra o regime, com o objetivo de transformar a sociedade para melhor, arriscando a própria vida, ou fingir que nada estava acontecendo? São questões difíceis de serem respondidas, especialmente por aqueles que não viveram os anos de chumbo. E hoje, em nossa sociedade democrática, não há motivos para lutar? Será que não estamos da mesma forma, fingindo que está tudo bem?


Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Sociologia
  
  

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PRÓXIMA EXIBIÇÃO: 21/10, QUINTA-FEIRA!


"PRA FRENTE BRASIL", de Roberto Farias, será o próximo filme a ser exibido pelo Cineclube, no dia 21/10, quinta-feira, às 16h, na sala de aula 5.

O filme aborda bem o período da ditadura no Brasil. Com essa exibição, queremos iniciar uma discussão sobre questões relativas ao processo histórico e político de redemocratização do nosso país.

Confirmada a presença do professor Vicente Neves da Silva Ribeiro, do curso de História.

Todos estão convidados!
Sinopse: em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família, até que um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".

Vale a pena conferir esta apresentação da música "Acorda, amor", do Chico Buarque, com cenas do filme Pra Frente Brasil:


Outras informações sobre o filme:
"Junho de 1970. O País comemora a conquista definitiva da Taça Jules Rimet. Em meio à algazarra, policiais prendem um cidadão de classe média, confundido com ativista político. Submetem-no a torturas, querendo segredos dos quais não tem idéia. A família se angustia, preocupada com o “desaparecimento”. Eis o enredo de Pra Frente, Brasil, com Reginaldo Farias, Natália do Vale e Antônio Fagundes. Lançado em 1983, durante a ditadura, é censurado sob alegação de “excessos de liberdade”. O episódio contribui para a renúncia de Celso Amorim (hoje ministro das Relações Exteriores), diretor da Embrafilme, financiadora da produção - que ainda assim ganha visibilidade no exterior. Em 1º de março de 1983, é premiado no Festival de Berlim. Receberia mais dois prêmios, Melhor Filme e Melhor Edição, no Festival de Gramado, Rio Grande do Sul". (Fonte: http://www.almanaquebrasil.com.br/voce-sabia/ficcao-nua-e-crua-provoca-censura-e-ganha-premios/)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

FOTOS DO ÚLTIMO CINE - 23/09/10

Galera, estas são algumas fotos tiradas no último debate que aconteceu após a exibição do filme Árido Movie, dia 23/09/10. Como os bolsistas do Cineclube relataram, além de reflexões lisérgicas, o filme proporcionou um ar de misticismo, de sensação de delírio, de euforia.





E abaixo, uma das cenas mais espetaculares. Zé Elétrico refletindo, motivado pela pedra do cachorro:



“As coisas estão por aí e a gente não vê. Sabe por quê? Preconceito. As pessoas só querem ver o que deixam. É preguiça e preconceito”.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SINESTÉSICOS


Aos interessados em arte e cultura, vale a pena conferir a programação do projeto SINESTÉSICOS, desenvolvido no campus de Erechim da UFFS.

O projeto tem 4 eixos: diálogos, literatura, cinema e música.

Confiram no blog do projeto: http://sinestesicosuffs.blogspot.com/

Árido Movie em Cena


O Cineclube Universitário exibiu o filme Árido Movie, do Diretor Lírio Ferreira (2006), no dia 23/09, às 16h30min.


Acadêmicos dos mais diferentes cursos da UFFS participaram. Durante um pouco mais de uma hora e cinquenta minutos, pararam para pensar sobre a realidade a qual muitas vezes não damos a devida atenção, porque pensamos que talvez essa realidade esteja longe demais de nossas vidas.

Logo após o término do filme ocorreu o debate, que fez surgir nesse meio acadêmico inúmeras questões polêmicas de nosso Brasil. Uma delas foi a diferença cultural que existe em todo o nosso território nacional, a qual podemos defini-la como uma realidade mais árida do que aquela que o próprio filme mostrava. Outro ponto debatido foi o uso das drogas, principalmente pelos jovens, ou seja, por aqueles que querem ficar 24 horas “ligados com o mundo”, necessitando de “algo forte” que os possibilite encarar uma realidade totalmente diferente da nossa. Nesse país, temos as mais diversas situações vivenciadas por nossos jovens que se envolvem no mundo das drogas e acabam deixando o estudo, o trabalho, o lazer, atividades que passam a não ser mais prioridade para eles.

Agora, permanece uma pergunta: porque se sujeitar a tudo isso? A quem será que eles seguem? Qual a culpa da mídia, que acaba por inúmeras vezes coagindo esses jovens a se inserirem no mundo do consumo desenfreado? Difícil de responder, nem eles mesmos sabem, fazem isso simplesmente porque não veem outra saída nessa constante busca momentânea de felicidade. Mal sabem que existem milhões de maneiras de ser feliz, basta olhar ao lado, dar um abraço em um amigo, se divertir, porém, com a consciência no lugar e dentro dos limites.

Outra questão abordada é a falta de água no Nordeste e a perseverança dos nordestinos que lá vivem. Eles não ficam reclamando de tudo, achando que Deus é o culpado do sofrimento, muito pelo contrário, vivem felizes, mesmo sem muita água. Já nós que vivemos longe do nordeste, desperdiçamos água, vivemos reclamando, de “mau com tudo e com todos”, por quê? Talvez, porque ainda não tenhamos sentido na pele o que é ficar sem água por meses e mais meses.

Um ar de misticismo, sensação de delírio, euforia, tudo isso o filme proporcionou para todos os que acompanharam a sessão.

Ana Paula Wizniewski (Sociologia)
Francisco Buehrmann (Filosofia)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ÁRIDO MOVIE - SETEMBRO

Olá, pessoal.

O próximo filme exibido no Cineclube será "Árido Movie", dirigido por Lírio Ferreira (2006).

Será dia 23/09, quinta-feira, às 16h30min, na Sala de Aula 7, campus de Chapecó!

Venha participar!


Os participantes ganharão certificado que contará como ACC (Atividade Curricular Complementar).



Sinopse: Árido Movie narra a trajetória de Jonas, que, desgarrado da família desde pequeno, é apresentador da previsão do tempo em um canal de televisão em São Paulo. O inesperado assassinato do pai obriga-o a fazer uma jornada de retorno as suas origens. Mas, Jonas desconhece o verdadeiro motivo de sua volta, solicitada pela avó, Dona Carmo, que escolhe-o para vingar a morte do pai e lavar a honra da família. Ao chegar a Rocha, sua cidade natal, Jonas encontra um clima de vingança pairando no ar. O enterro do seu pai é carregado de emoções dúbias. É aí que Jonas descobre o seu infortúnio: o peso de ser o herdeiro de uma realidade que já julgava não ser mais a sua.

Assista ao trailer:

Dobradinha Sérgio Bianchi - Agosto



O segundo filme da dobradinha Sérgio Bianchi foi o genial "Cornicamente Inviável", lançado em 2000.

Cronicamente Inviável, foi o que concluímos ao final do filme, a respeito de nosso país. Durante uma hora e quarenta minutos assistiu-se a mais pura realidade do nosso Brasil brasileiro ao qual fazemos questão de vestir a camiseta somente em épocas de Copa do Mundo e de Carnaval. Até quando nós vamos continuar com esse sonho? Será que somos éticos naquilo que fizemos? Até que ponto nós somos o que tanto afirmamos ser? Brasileiros ou o que?

A realidade é cruel, porém mais cruel do que isso é o fato de saber da existência de milhares de pessoas que a cada dia são anestesiadas pelos seus patrões, pela mídia, para não dar de cara com a miséria, com o grito daqueles que são vítimas da violência, da opressão social. A existência de regiões mais desenvolvidas não justifica a pobreza, a fome, a descriminação numa periferia, numa favela ou até mesmo em outra região. Tal fator também não deve ser considerado o motivo pelo qual existe o preconceito. Afinal, qual a identidade que formamos nesses mais de 500 anos de história? Por incrível que pareça, ainda temos muita massa de manobra que segue desiludida, de olhos vendados, o objetivo imposto por pessoas que só querem tirar proveito da situação. 

Inúmeras foram às questões ressaltadas pelo filme e lembradas pelos acadêmicos que fizeram uma profunda reflexão, inclusive posicionando-se contra a venda de crianças, o tráfico de órgãos, a violência policial, o racismo, a destruição desenfreada da Amazônia. Concluiu-se que inúmeras são as pessoas que não querem ver, e até em certos casos desconhecem tal realidade. Porém, outras não fazem nem idéia de como reagir a tais situações, preferem ficar sem fazer nada a reverterem os fatos. Consideram a luta contra as mazelas sociais uma tarefa árdua ou desnecessária, pois as coisas “da mesma forma como aconteceram, acabarão por desaparecer”. Doce ilusão!

Também por que se preocupar, perder seu tempo pensando como ser mais ético perante as realidades apresentadas? Não há motivos para tal inquietação, é preferível assistir aquilo de “bom” que a mídia apresenta; pois ao que tudo indica, segundo a mídia, o Brasil é um “paraíso tropical, de belezas sem igual e de gente alegre”. Mas aquilo que acontece nos bastidores desse cenário nacional aparece onde nas reportagens?
Conclui-se ao final do debate que a tarefa de despertar uma consciência sobre esse país ao qual pertencemos vala a pena ser feita. Assim, está mais do que na hora de buscarmos mudar tal realidade, de despertar para a vida e deixar de ser massa de manobra, ou simplesmente pessoas alienadas, e, acima de tudo, é hora de buscarmos ser éticos naquilo que realizamos no nosso dia-a-dia, comprometendo-nos com a busca de uma nova atitude perante os acontecimentos nacionais.


Francisco Buehrmann
Acadêmico do Curso de Filosofia

Dobradinha Sérgio Bianchi - Agosto

Excepcionalmente, no mês de agosto tivemos duas exibições, ambas de filmes do cineasta brasileiro Sérgio Bianchi. As exibições fizeram parte das atividades de recepção aos calouros da UFFS.

O primeiro filme, "Quanto vale ou é por quilo?" (2005), foi exibido dia 26/08, com início às 13h30min.

Tivemos a participação de acadêmicos dos cursos de Ciência da Computação, Pedagogia, Licenciatura em Filosofia, História e Sociologia, dos turnos da manhã e da noite, além de dois professores e de dois discentes ligados ao Projeto do Cineclube.

O filme retrata a questão da escravidão, da miséria, fazendo uma profunda análise entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração de pessoas, até porque apenas o que mudou de antigamente para os dias atuais é o formalismo, ou seja, temos uma Constituição de Leis Formais que nos mostram direitos e deveres que todo o cidadão tende a cumprir, porém, continuamos sendo “escravos sem donos”. Também faz uma grande crítica as ONGs que desenvolvem projetos solidários, porém, corruptos, porque até para ajudar outras pessoas, pedem algo em troca.

No debate que se seguiu após o filme, discutimos que, vivendo em dias chamados de “modernidade”, devido a contínua urbanização, industrialização e tecnologia avançada, todos querem usufruir de “poder”, ter o domínio nas mãos. Ninguém se importa com a relação harmoniosa com os outros. Assim, vivemos sendo “mandados” por uma minoria que além de possuírem o “poder”, são praticamente os únicos que possuem acesso a tal “modernidade”, pois, para pessoas “comuns”, tudo que é moderno não é tão acessível.

Debatemos também que, nos dias de hoje, dá trabalho ser honesto, ter a consciência limpa, ajudar os outros de coração, mesmo recebendo críticas de volta. Somos escravos do dinheiro, fazemos tudo em torno dele, trabalhamos para ele, vivemos para ele, não damos valor às pequenas coisas da vida, enfim, deixamos a felicidade de lado para “ficarmos com ele”.

O filme procurou motivar uma profunda reflexão que teve por base um “acordar para a realidade”. Nos mostrou que existem pessoas com uma situação extremamente pior que a nossa, que está na hora de pararmos de reclamar da vida, pois milhares de pessoas, com certeza queriam estar em nosso lugar.

Um dos estudantes presentes nos lembrou uma frase do filósofo Jean Jacques Rousseau, a qual devemos utilizá-la em nossa vida: “ Haja de tal forma que suas ações se transformam em leis universais”. Portanto, sejamos solidários de “coração”, vivamos de tal maneira que ganhar dinheiro seja apenas uma consequência do trabalho. E lembremos sempre que doar, ajudar, são os maiores instrumentos de poder que alguém pode possuir.

Confiram no site da Imprensa Oficial de São Paulo o roteiro completo do filme:

http://aplauso.imprensaoficial.com.br/edicoes/12.0.813.249/12.0.813.249.pdf

Ana Paula Wizniewski
Licenciatura em Sociologia

PRIMEIRA EXIBIÇÃO - JULHO


A primeira exibição do Cineclube foi um sucesso! Aconteceu no semestre passado, em julho, e trouxe muitas reflexões.

Alunos de Letras, Filosofia, Geografia e História da UFFS assistiram ao filme "O Enigma de Kaspar Houser", de Werner Herzog (1974).

O caráter social da linguagem e o processo simbólico de interação humana foram os destaques do debate que aconteceu após o filme.

A atividade teve a presença de dois membros da Associação de Cinema e Vídeo de Chapecó e Região (Cinelo), Daniela Farina e Ricardo Sékula. Aproveitamos para agradecê-los pelas contribuições no debate.

Título original: JADER FÜR SICH UND GOTT GEGEN ALLE (“Cada um por si e Deus contra todos”)

Diretor: Werner Herzog.

Ano de lançamento: 1974.
Cidade: Alemanha.
Gênero: Drama
Duração: 109 min.
Novo Cinema Alemão (1960-1980)


Confiram a reportagem sobre o Cineclube, divulgada no Portal da UFFS:
http://www.uffs.edu.br/wp/?p=23401
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Primeiro Post!


Olá, pessoal!

Com este blog, iniciamos a divulgação na internet do Cineclube Universitário, um projeto de extensão que pretende ser uma alternativa de acesso ao cinema em Chapecó.

Mensalmente, no campus da UFFS, acontecerão exibições de filmes autorais ou não-comerciais, seguidas de debates sobre os assuntos levantados a partir dos filmes.

Todas as sessões serão gratuitas e com fins didáticos.

Todos os alunos da UFFS estão convidados!