sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dobradinha Sérgio Bianchi - Agosto



O segundo filme da dobradinha Sérgio Bianchi foi o genial "Cornicamente Inviável", lançado em 2000.

Cronicamente Inviável, foi o que concluímos ao final do filme, a respeito de nosso país. Durante uma hora e quarenta minutos assistiu-se a mais pura realidade do nosso Brasil brasileiro ao qual fazemos questão de vestir a camiseta somente em épocas de Copa do Mundo e de Carnaval. Até quando nós vamos continuar com esse sonho? Será que somos éticos naquilo que fizemos? Até que ponto nós somos o que tanto afirmamos ser? Brasileiros ou o que?

A realidade é cruel, porém mais cruel do que isso é o fato de saber da existência de milhares de pessoas que a cada dia são anestesiadas pelos seus patrões, pela mídia, para não dar de cara com a miséria, com o grito daqueles que são vítimas da violência, da opressão social. A existência de regiões mais desenvolvidas não justifica a pobreza, a fome, a descriminação numa periferia, numa favela ou até mesmo em outra região. Tal fator também não deve ser considerado o motivo pelo qual existe o preconceito. Afinal, qual a identidade que formamos nesses mais de 500 anos de história? Por incrível que pareça, ainda temos muita massa de manobra que segue desiludida, de olhos vendados, o objetivo imposto por pessoas que só querem tirar proveito da situação. 

Inúmeras foram às questões ressaltadas pelo filme e lembradas pelos acadêmicos que fizeram uma profunda reflexão, inclusive posicionando-se contra a venda de crianças, o tráfico de órgãos, a violência policial, o racismo, a destruição desenfreada da Amazônia. Concluiu-se que inúmeras são as pessoas que não querem ver, e até em certos casos desconhecem tal realidade. Porém, outras não fazem nem idéia de como reagir a tais situações, preferem ficar sem fazer nada a reverterem os fatos. Consideram a luta contra as mazelas sociais uma tarefa árdua ou desnecessária, pois as coisas “da mesma forma como aconteceram, acabarão por desaparecer”. Doce ilusão!

Também por que se preocupar, perder seu tempo pensando como ser mais ético perante as realidades apresentadas? Não há motivos para tal inquietação, é preferível assistir aquilo de “bom” que a mídia apresenta; pois ao que tudo indica, segundo a mídia, o Brasil é um “paraíso tropical, de belezas sem igual e de gente alegre”. Mas aquilo que acontece nos bastidores desse cenário nacional aparece onde nas reportagens?
Conclui-se ao final do debate que a tarefa de despertar uma consciência sobre esse país ao qual pertencemos vala a pena ser feita. Assim, está mais do que na hora de buscarmos mudar tal realidade, de despertar para a vida e deixar de ser massa de manobra, ou simplesmente pessoas alienadas, e, acima de tudo, é hora de buscarmos ser éticos naquilo que realizamos no nosso dia-a-dia, comprometendo-nos com a busca de uma nova atitude perante os acontecimentos nacionais.


Francisco Buehrmann
Acadêmico do Curso de Filosofia

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