quarta-feira, 30 de março de 2011

"ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"

O ano de 2011 para o Cineclube Universitário será de muitas exibições. A primeira delas foi o filme “Entre os Muros da Escola”, vencedor do prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes. Uma história que é marcada pela mais pura e real manifestação das diferenças culturais e sociais entre os alunos oriundos das mais diversas famílias que foram a Paris na tentativa da busca por uma vida melhor.
          Toda uma visão construída ao longo dos anos de que nos países de primeiro mundo se tem o mais alto nível de educação, professores capacitados, estruturas escolares das mais modernas e acima de tudo a existência de uma constante preocupação com o ensino de qualidade são alguns dos principais pontos que entraram em conflito com a apresentação do filme. Esta obra deixa claro o desleixo por parte de alguns professores que não mostram comprometimento ou que ao se empenharem não têm o devido apoio para fazer acontecer uma educação com mais qualidade. Temos de ter a consciência de que os reflexos de nossa sociedade decorrem principalmente do fato de que a educação recebida das famílias e, sobretudo, da escola não vai muito bem, e aí todo restante “cai por terra”.


A exclusão é outro problema que perpassa do início até o fim do filme, deixando claro que o professor, ao repassar o conteúdo para os alunos, estava impondo algo que talvez não tivesse muita utilidade para esses jovens que buscavam uma vida melhor. O conflito entre os estudantes surge principalmente por causa da constante obrigação que eles têm de aprender o francês e inserir-se numa cultura da qual nunca fizeram parte, ou seja, prefeririam voltar a sua terra de origem e continuar sofrendo ameaças, do que se subordinar diariamente a ouvir e a vivenciar essa opressão cultural de superioridade francesa.

Durante o debate, outra observação feita foi acerca das últimas cenas, nas quais permeava um ar de liberdade ao soar da palavra férias. A cena das cadeiras caídas e as carteiras fora dos lugares, a sala de aula sem professor e tão pouco alunos deixavam bem visíveis a revolta por parte dos estudantes que já não queriam mais saber sobre as aulas massacrantes que abafavam seus credos, costumes, modos de vestir, entre tantas coisas que constituíam sua cultura.
O filme “Entre os Muros da Escola”, ao contrário de muitos filmes norte-americanos, superou as expectativas por ser um dos poucos filmes a trazer presente a temática da educação tão próxima da realidade. Tudo isso sem a necessidade de enfatizar a atuação de um professor que banca o “herói e o salvador” de uma turma de rebeldes e sem solução. Essa “fajuta’ tentativa de encobrir tais realidades já não funciona mais. Cabe a cada um(a) de nós fazer a sua parte na tentativa de mudar e revolucionar a educação, beneficiando assim não somente as gerações presentes, e sim garantir uma educação com mais qualidade para as demais gerações. Assim, possibilitaremos uma melhor oportunidade de vida em relação àquela que muitos vivenciam, tanto no mercado de trabalho quanto na área da educação.
FRANCISCO XAVIER BUEHRMANN
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Filosofia

ANA PAULA WIZNIEWSKI
 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais

quinta-feira, 17 de março de 2011

Entre os muros da escola - 24 de março!


Oi, pessoal. Beleza?
Esse é o cartaz de divulgação da próxima exibição que ocorrerá no Bom Pastor.
A nossa convidada, a professora Noeli Reali, é autora do livro "Cinema na Universidade: possibilidades, diálogos e diferenças", publicado pela editora Argos. Será ótimo tê-la conosco.

Toda a comunidade está convidada!

Abraços,

Equipe Cineclube.

quarta-feira, 16 de março de 2011

CINECLUBE 2011 !!!

Olá, pessoal!

Neste ano, o Cineclube fará várias apresentações e debates!

Fiquem atentos à programação que será divulgada neste blog.

O projeto de 2011 inclui exibições, debates, oficinas e produção de audivisual.

Inspire-se!

Equipe Cineclube

Sobre o Machuca!


O filme Machuca, do diretor Andrés Wood, retrata de modo particular o que foi o cruel golpe militar de 1972 no Chile, por meio dos encontros e desencontros de três pré-adolescentes. A dura realidade é somada à inocência política da qual muitos de nós fazemos parte e nos deixamos iludir por fanáticos ou mesmo por “revolucionários” que provocam medo e espalham terror e tensão pelas ruas e casas.
            No decorrer do filme, apontam-se as características do modesto garoto Pedro Machuca, que quer ser padre quando crescer, “para ajudar os pobres”. Ele se espelha na história do padre escocês McEnroe, reitor de um colégio tradicional de Santiago, figura eminentemente paternal, que passa a introduzir na sua escola meninos das classes proletárias, entre os quais Machuca. Este conhece o “burguês” Gonzalo Infante, um menino com o qual passa a construir uma linda amizade, e a quem apresenta a sofrível realidade da favela onde vive. Ali conhece também Silvana, por quem se apaixona.
            Na inocência dos adolescentes que vendiam bandeirinhas em meio a passeatas turbulentas, percebe-se que o golpe militar marcou profundamente o Chile, que ainda hoje trabalha na cicatrização dessa ferida provocada contra a nação chilena.
           Desta forma, vale ressaltar que a preocupação maior deve se voltar para trazer para o presente fatos que aconteceram há alguns anos, para que não se venha a cometer os mesmo erros no presente momento da história da humanidade.
Francisco Xavier