terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre o Alabê de Jerusalém


ÓPERA
ALABÊ DE JERUSALÉM

            Mais uma vez o Cineclube Universitário se fez presente no meio acadêmico, na noite do dia 23 de novembro, com a obra “ÓPERA ALABÊ DE JERUSALÉM”, do autor Altay Veloso. O espetáculo surpreendeu positivamente os presentes, porque todos foram contemplados com as visões críticas dos professores Luciano do Nascimento, Antônio Bruneta e a professora Adiles Savoldi, que expuseram suas ideias no decorrer do filme. Sem dúvida, os participantes foram agraciados com uma obra muito importante que procurou relatar um pouco mais do sofrimento das culturas afro-descendentes no nosso dia-a-dia.
            Alabê de Jerusalém trata da saga de um jovem chamado de Ogundana, nascido há dois mil anos no antigo Daomé (atual Nigéria). Muito cedo ele inicia sua viagem pelo mundo, conhecendo aos 12 anos o norte da África. Com vinte anos de idade é instruído com os mais avançados conhecimentos terapêuticos do Egito. De posse desses conhecimentos, Ogundana salva um centurião romano que lhe agradeceu convidando-o para ir junto a Roma para atuar como médico do exército romano. O jovem se apaixona por Judith, uma linda garota judia com quem vive, depois de conhecer Jesus Cristo, na Galiléia. Dois mil anos após sua morte, ele retorna num templo de culto africano para contar suas experiências.
            Essa história de Ogundana chamou a atenção de todos porque mostrou a forma com a qual a sociedade de hoje ainda costuma impor as coisas e julgar as mesmas com um ar de deboche para com os negros.
            Quem tem o direito à fala nos dias de hoje? A imposição de valores éticos e morais transformou-se numa bola de neve, na qual se atropela e se padroniza as pessoas com os referenciais masculino, branco e urbano, os únicos que dotam a pessoas de direitos de opinar. Contudo, quem afirma a necessidade de as coisas terem que ser assim?
Ainda há tempo de se implantar mudanças, de valorizar o respeito étnico e cultural, independentemente desse errôneo quadro de referenciais presente na sociedade.
Pense nisso! Imposição não é legal.
Francisco Xavier Buehrmann