Excepcionalmente, no mês de agosto tivemos duas exibições, ambas de filmes do cineasta brasileiro Sérgio Bianchi. As exibições fizeram parte das atividades de recepção aos calouros da UFFS.
O primeiro filme, "Quanto vale ou é por quilo?" (2005), foi exibido dia 26/08, com início às 13h30min.
Tivemos a participação de acadêmicos dos cursos de Ciência da Computação, Pedagogia, Licenciatura em Filosofia, História e Sociologia, dos turnos da manhã e da noite, além de dois professores e de dois discentes ligados ao Projeto do Cineclube.
O filme retrata a questão da escravidão, da miséria, fazendo uma profunda análise entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração de pessoas, até porque apenas o que mudou de antigamente para os dias atuais é o formalismo, ou seja, temos uma Constituição de Leis Formais que nos mostram direitos e deveres que todo o cidadão tende a cumprir, porém, continuamos sendo “escravos sem donos”. Também faz uma grande crítica as ONGs que desenvolvem projetos solidários, porém, corruptos, porque até para ajudar outras pessoas, pedem algo em troca.
No debate que se seguiu após o filme, discutimos que, vivendo em dias chamados de “modernidade”, devido a contínua urbanização, industrialização e tecnologia avançada, todos querem usufruir de “poder”, ter o domínio nas mãos. Ninguém se importa com a relação harmoniosa com os outros. Assim, vivemos sendo “mandados” por uma minoria que além de possuírem o “poder”, são praticamente os únicos que possuem acesso a tal “modernidade”, pois, para pessoas “comuns”, tudo que é moderno não é tão acessível.
Debatemos também que, nos dias de hoje, dá trabalho ser honesto, ter a consciência limpa, ajudar os outros de coração, mesmo recebendo críticas de volta. Somos escravos do dinheiro, fazemos tudo em torno dele, trabalhamos para ele, vivemos para ele, não damos valor às pequenas coisas da vida, enfim, deixamos a felicidade de lado para “ficarmos com ele”.
O filme procurou motivar uma profunda reflexão que teve por base um “acordar para a realidade”. Nos mostrou que existem pessoas com uma situação extremamente pior que a nossa, que está na hora de pararmos de reclamar da vida, pois milhares de pessoas, com certeza queriam estar em nosso lugar.
Um dos estudantes presentes nos lembrou uma frase do filósofo Jean Jacques Rousseau, a qual devemos utilizá-la em nossa vida: “ Haja de tal forma que suas ações se transformam em leis universais”. Portanto, sejamos solidários de “coração”, vivamos de tal maneira que ganhar dinheiro seja apenas uma consequência do trabalho. E lembremos sempre que doar, ajudar, são os maiores instrumentos de poder que alguém pode possuir.
Confiram no site da Imprensa Oficial de São Paulo o roteiro completo do filme:
http://aplauso.imprensaoficial.com.br/edicoes/12.0.813.249/12.0.813.249.pdf
Ana Paula Wizniewski
Licenciatura em Sociologia
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