domingo, 24 de outubro de 2010

Cineclube no Comunica e no site da UFFS

Pessoal, confiram as matérias que saíram no blog do Projeto Comunica e no site da UFFS:

Comunica: "Cinema não é só diversão".
http://comunicauffs.blogspot.com/2010/10/cinema-nao-e-so-diversao.html

Site da UFFS: "Cineclube incentiva debates sobre assuntos em torno de filmes".
http://www.uffs.edu.br/wp/?p=43934
 

sábado, 23 de outubro de 2010

PRA FRENTE BRASIL!


O Cineclube Universitário exibiu mais um filme: “Pra frente Brasil”, dirigido por Roberto Farias. A exibição contou com a presença de acadêmicos de diferentes cursos da UFFS e também com o Professor Vicente Neves da Silva Ribeiro, do colegiado de História, que conduziu o debate após o filme.
Em uma hora e trinta minutos vimos uma pequena parte do que foi o período da ditadura no Brasil, este país de que temos orgulho apenas em época de Carnaval ou de Copa do Mundo. O filme abordou sérias questões, pois enquanto as pessoas comemoravam os jogos do Brasil na Copa, em busca do tricampeonato, outras, inclusive pessoas inocentes, sofriam com as piores torturas de um período que ficará para sempre gravado na memória de nosso país.
Nesse contexto, percebemos o quanto o “poder” falava alto (e ainda fala), pois milhares de pessoas trabalhadoras, comuns, continuam sendo “mandadas”, sendo julgadas por uma minoria que deveria diminuir o “terror” e não aumentá-lo ainda mais. Esse poder  que passa por cima de todas as regras, de tudo e de todos para se fortalecer, para tirar o emprego do pobre e entregar ao rico, essa tortura oculta que nos deixa sem saída senão viver sob aquelas ordens.
Porém, onde fica nossa liberdade? Doce ilusão de acharmos que somos completamente livres, claro não vivemos presos, mas somos “escravos sem dono”, trabalhamos dia após dia para no fim do mês recebermos pouco, o que nem suprirá nossas expectativas, pois é nessa sociedade que muitos brasileiros vivem.
Em nosso Brasil temos segurança realmente ou vivemos com medo do outro? Segurança, esta palavra que muitas pessoas nem sabem o que significa, afinal, desde o começo da década de 80, do período ditatorial, poucas pessoas no país tem segurança, e todos vivem em meio a uma constante guerra em busca de dinheiro e poder.
O filme também abordou a questão do conformismo de algumas pessoas perante tudo que estava acontecendo naquela época de ditadura. Durante o debate, o convidado especial, professor Vicente Ribeiro, observou que a posição de neutralidade não é considerada tão neutra assim, afinal, assumir essa posição é estar do lado do mais forte, é assumir uma posição de ignorância, de medo de se expressar. Além disso, desenvolveu uma crítica contundente à mídia, que só abordava aquilo que era bom na época do regime militar, como os jogos vitoriosos do Brasil, sem ao menos tocar no sofrimento que a ditadura estava proporcionando.
Ao final do debate, o professor Vicente também nos levou a refletir sobre a ética, considerando o contexto daquele tempo, onde nem mesmo as autoridades assumiam suas responsabilidades para com a sociedade: lutar contra o regime, com o objetivo de transformar a sociedade para melhor, arriscando a própria vida, ou fingir que nada estava acontecendo? São questões difíceis de serem respondidas, especialmente por aqueles que não viveram os anos de chumbo. E hoje, em nossa sociedade democrática, não há motivos para lutar? Será que não estamos da mesma forma, fingindo que está tudo bem?


Ana Paula Wizniewski
Acadêmica de Licenciatura em Sociologia
  
  

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PRÓXIMA EXIBIÇÃO: 21/10, QUINTA-FEIRA!


"PRA FRENTE BRASIL", de Roberto Farias, será o próximo filme a ser exibido pelo Cineclube, no dia 21/10, quinta-feira, às 16h, na sala de aula 5.

O filme aborda bem o período da ditadura no Brasil. Com essa exibição, queremos iniciar uma discussão sobre questões relativas ao processo histórico e político de redemocratização do nosso país.

Confirmada a presença do professor Vicente Neves da Silva Ribeiro, do curso de História.

Todos estão convidados!
Sinopse: em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família, até que um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".

Vale a pena conferir esta apresentação da música "Acorda, amor", do Chico Buarque, com cenas do filme Pra Frente Brasil:


Outras informações sobre o filme:
"Junho de 1970. O País comemora a conquista definitiva da Taça Jules Rimet. Em meio à algazarra, policiais prendem um cidadão de classe média, confundido com ativista político. Submetem-no a torturas, querendo segredos dos quais não tem idéia. A família se angustia, preocupada com o “desaparecimento”. Eis o enredo de Pra Frente, Brasil, com Reginaldo Farias, Natália do Vale e Antônio Fagundes. Lançado em 1983, durante a ditadura, é censurado sob alegação de “excessos de liberdade”. O episódio contribui para a renúncia de Celso Amorim (hoje ministro das Relações Exteriores), diretor da Embrafilme, financiadora da produção - que ainda assim ganha visibilidade no exterior. Em 1º de março de 1983, é premiado no Festival de Berlim. Receberia mais dois prêmios, Melhor Filme e Melhor Edição, no Festival de Gramado, Rio Grande do Sul". (Fonte: http://www.almanaquebrasil.com.br/voce-sabia/ficcao-nua-e-crua-provoca-censura-e-ganha-premios/)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

FOTOS DO ÚLTIMO CINE - 23/09/10

Galera, estas são algumas fotos tiradas no último debate que aconteceu após a exibição do filme Árido Movie, dia 23/09/10. Como os bolsistas do Cineclube relataram, além de reflexões lisérgicas, o filme proporcionou um ar de misticismo, de sensação de delírio, de euforia.





E abaixo, uma das cenas mais espetaculares. Zé Elétrico refletindo, motivado pela pedra do cachorro:



“As coisas estão por aí e a gente não vê. Sabe por quê? Preconceito. As pessoas só querem ver o que deixam. É preguiça e preconceito”.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SINESTÉSICOS


Aos interessados em arte e cultura, vale a pena conferir a programação do projeto SINESTÉSICOS, desenvolvido no campus de Erechim da UFFS.

O projeto tem 4 eixos: diálogos, literatura, cinema e música.

Confiram no blog do projeto: http://sinestesicosuffs.blogspot.com/

Árido Movie em Cena


O Cineclube Universitário exibiu o filme Árido Movie, do Diretor Lírio Ferreira (2006), no dia 23/09, às 16h30min.


Acadêmicos dos mais diferentes cursos da UFFS participaram. Durante um pouco mais de uma hora e cinquenta minutos, pararam para pensar sobre a realidade a qual muitas vezes não damos a devida atenção, porque pensamos que talvez essa realidade esteja longe demais de nossas vidas.

Logo após o término do filme ocorreu o debate, que fez surgir nesse meio acadêmico inúmeras questões polêmicas de nosso Brasil. Uma delas foi a diferença cultural que existe em todo o nosso território nacional, a qual podemos defini-la como uma realidade mais árida do que aquela que o próprio filme mostrava. Outro ponto debatido foi o uso das drogas, principalmente pelos jovens, ou seja, por aqueles que querem ficar 24 horas “ligados com o mundo”, necessitando de “algo forte” que os possibilite encarar uma realidade totalmente diferente da nossa. Nesse país, temos as mais diversas situações vivenciadas por nossos jovens que se envolvem no mundo das drogas e acabam deixando o estudo, o trabalho, o lazer, atividades que passam a não ser mais prioridade para eles.

Agora, permanece uma pergunta: porque se sujeitar a tudo isso? A quem será que eles seguem? Qual a culpa da mídia, que acaba por inúmeras vezes coagindo esses jovens a se inserirem no mundo do consumo desenfreado? Difícil de responder, nem eles mesmos sabem, fazem isso simplesmente porque não veem outra saída nessa constante busca momentânea de felicidade. Mal sabem que existem milhões de maneiras de ser feliz, basta olhar ao lado, dar um abraço em um amigo, se divertir, porém, com a consciência no lugar e dentro dos limites.

Outra questão abordada é a falta de água no Nordeste e a perseverança dos nordestinos que lá vivem. Eles não ficam reclamando de tudo, achando que Deus é o culpado do sofrimento, muito pelo contrário, vivem felizes, mesmo sem muita água. Já nós que vivemos longe do nordeste, desperdiçamos água, vivemos reclamando, de “mau com tudo e com todos”, por quê? Talvez, porque ainda não tenhamos sentido na pele o que é ficar sem água por meses e mais meses.

Um ar de misticismo, sensação de delírio, euforia, tudo isso o filme proporcionou para todos os que acompanharam a sessão.

Ana Paula Wizniewski (Sociologia)
Francisco Buehrmann (Filosofia)